segunda-feira, 25 de maio de 2009

Uniforme Escolar: sim ou não?

(imagem em http://www.esistemas.com.br)

Temática não menos importante que a da distribuição de preservativos nas escolas, a implementação de uniformes é também ela uma questão complexa.

Sendo eu um eterno avesso às concepções do "rebanho", até poderá parecer estranho que a minha opinião seja favorável a esta introdução.

Vejamos: mesmo não havendo um uniforme oficial em cada escola, é parte do comportamento dos nossos adolescentes e, não raras vezes, jovens a forma como se veste, digamos, "em grupo". O adolescente/jovem integra-se num grupo de amigos e a identidade desse grupo passa em larga medida pela forma como vestem igual. Sejam as sapatilhas All Star ou Adidas tipo skater, sejam as calças largas "Resina", ou justas tipo "punk", as t-shirts com nomes de bandas, as correntes nos passadores das calças, ou os bonés pousados na cabeça num jeito próprio de "parece estar sempre a cair", a forma como se vestem identifica-os como membros de um "grupo", este que é o seu grupo de amigos. É bom? É mau? É a ordem natural das coisas e a sociedade no fundo é isto mesmo, um todo com inúmeros grupos, os grupos com que nos identificamos de forma religiosa, política, ideológica, clubística, etc.

Há ainda formas de vestir muito pouco condizentes com a idade ou chamemos-lhe "moralidade social", pois se o sistema jurídico nacional se socorre inúmeras vezes do conceito de "homem médio" como o "bom pai de família", enquanto conceito de percepção razoável, tem bastante sentido que também neste campo analisemos a forma de vestir à luz do "bom pai de família"

A impressão que temos por vezes é de que os pais pura e simplesmente se demitiram dessas funções, passando apenas a meros vigilantes nocturnos de crianças que o Estado cria. Os vigilantes são apenas responsáveis pelos "filhos do Estado" nas horas que estes passam na cama e que diversas vezes começam madrugada dentro. De resto, entre as 8 da manhã e as 8 da noite, o Estado é Pai!

Ora, quando os pais se demitem de ser educadores, quando a ideia de liberdade se confunde com o sintoma de abandono, quando uma criança de meia dúzia de anos assume a sua auto-determinação em função dos exemplos que retira de adultos da tv... pois não restará ao Estado assumir o papel de Pai Austero e impor limites.

Será isto um estado autoritário? Não creio! Se os jovens de hoje são os homens de amanhã, pôr cobro a situações limite é apenas salvaguardar o futuro do país.

Uma mais valia do Uniforme Escolar sempre será a igualdade.
Os nossos jovens têm a vida toda e o mundo todo para perceberem que a desigualdade existe, deixemos por isso que haja um sítio onde podem ser todos iguais, onde o pormenor sejam as notas resultado da avaliação de conhecimentos e não a marca da t-shirt, do telemóvel ou das calças, onde a identificação do grupo seja "Grupo Escola".


2 comentários:

  1. Olá!
    Adorei o texto. Concordo que o comportamento dos jovens em querer "aparecer" na sociedade é um reflexo do descaso familiar. Quando não recebem a devida atenção em casa, procuram-na em outro lugar. Nesse caso, na escola. Um dos meios de chamar a atenção é mostrar o tênis de marca, o abrigo de marca, a camisa oficial do time pelo qual torce, entre outras coisas. Os pais, em contrapartida, tentam suprir a ausência deles dando-lhes esses acessórios caros. Eles devem parar de querer "aparecer" na escola, pois ela é um ambiente de estudos. Como conseguem estudar os alunos que só querem mostrar o que os pais ausentes lhe presenteiam em forma de amor? Eu sou sim à favor do uso do uniforme escolar. Só através dele é que a igualdade entre a diferença social unirá os alunos num mesmo patamar.

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  2. Oie!
    Eu entendo que o uso do uniforme escolar é importante para que todos os alunos se sintam "iguais" perante um ao outro. Mas eu pergunto: onde fica a liberdade de expressão? O modo de se vestir faz parte da personalidade de uma pessoa. Se eu ficar "igual" a todas, como preservarei a minha identidade? Abaixo o uso do uniforme!!!!!

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