domingo, 28 de abril de 2013

Extreme 2013 - o registo "a quente"


Antes de iniciar a leitura deste post recomenda-se vivamente que seja colocado em modo play o vídeo acima: apenas para dar um ambiente mais "nobre"!

Nota: Permita-me que desde já esclareça que o meu relato não é nem pode ser totalmente isento: primeiro porque conheço alguns (pelos menos alguns) dos responsáveis pela escolha do trilho e a amizade e estima que tenho por eles apesar de não condicionar as minhas palavras, seguramente condiciona o meu subconsciente; segundo porque este é o relato de um participante deslumbrado, maravilhado e apaixonado pelo Extreme - Luso-Galaico.

Feita a nota, comecemos:

Os avisos foram muitos: O Extreme 2013 vai ser um valente empeno!
A emoção e o desafio eram muito maiores.
Em 2012 treinei todos os fins-de-semana cerca de 80kms para o Extreme e penei duro.
Este ano, sem treino, apenas com umas voltinhas de 40 kms ao domingo e parado desde Novembro, com excepção para as etapas NGPS que preparei com uns 200kms de treino (que não é treino nenhum) a perspectiva era apenas uma: sobreviver ao empeno.

Pois bem:
Sábado 27/4 - Alvorada às 5h40, pequeno almoço tomado, tudo pronto e pelas 6h30 siga para Esposende para arrancar às 7h! 
Falha da organização (a única para mim) e partimos todos pelas 7h45.

Arranque com espírito fabuloso, malta animada e fizemo-nos aos montes.
A cada km as expressões iam-me surgindo entre o "isto aqui tão perto e eu não conhecia" e o "estou maravilhado!
A manhã passou-se sem grande história que vá além do "que grande gozo"!
O registo digno veio pela tarde: Corno do Bico! Fruto do frio matinal, arranquei com casaco térmico... paguei bem cara a factura na subida do Corno do Bico por não querer parar e passar para o camel tudo o que levava nos bolsos do térmico. A dureza da subida e o calor deram comigo em doido. 10 kms de penar e ver os meus camaradas de equipa (o Prof. João - camarada destas lides, e o Pedro, "apensado" à última apenas para ir ver como era o Extreme, fazendo apenas a etapa de sábado) nas suas 29'' a saborear e eu atrás deles que nem canixe no limite da trela! Foi dar o tudo por tudo até ao topo para não os atrasar (não é que isso importasse, mas não podia fazê-los parar porque o frio nas paragens era muito (e eu esquentado com a "samarra")!
Depois do topo do Corno do Bico vieram descidas loucas, perigosas e loucas, e bosques e descidas loucas e mais descidas loucas. 
Chegamos a Arcos de Valdevez, sem azares, procuramos lavar as biclas, encontrar cama (também conhecidas como chão de pavilhão e um duche quente). Um jantar bem servido quer em quantidade quer em qualidade e uma certeza: o dia terminava bem.

Aterrei no saco cama e dormi que foi uma maravilha.

Domingo 28/4:
Alvorada bem cedo (não percebi porque se levantou malta às 5h30 para partir às 8h mas paciência! Aceito. Talvez tenham ido à missa das 7h e nestas coisas de fé cada um tem a sua :) ).
Levantei-me pelas 6h30, arrumei os sacos e siga para o pequeno-almoço.
Prontos para a partida e siga, arranque monte a cima! "Que Biolência"! Foram uns bons kms a pique. Mas depois, depois veio o céu! Entre subidas, descidas, paisagens lindas de marcar, uma mercearia de berma de estrada alguns por terras de Vila Verde onde comi um bom rissol no meio de uma bucha de rosca e um cafézinho e siga, mais paraíso.
Ainda a etapa andava pelas 40kms e eu já pensava numa coisa: volto em 2014.
Um percurso com dureza, com beleza, com sentido. 
A parte final de montanha fez-se serpenteando o Neiva e que bem que por lá se andou.

E a meio do dia conversava com o meu camarada de jornada que este evento era um marco do btt. O Extreme é a essência da coisa, é o btt por prazer, a dureza associada é apenas a necessária para ir àqueles sítios onde não se chega de forma fácil - não é uma violência gratuita! Não se trata de ver quem é o mais duro mas sim de ver quem quer subir ao cimo da montanha para ver o arco-íris (até me dá para coisas lindas, vejam lá :) )

Outro registo: o Extreme é nosso! Nosso de quem o abraça de quem faz parte dele. Mas é também um cartão de visitas! Tanto se fala em turismo, em natureza... pois bem, o nosso Extreme é um cartão de visitas do Minho e do Alto-Minho. Esqueças lá aquelas expressões "parque natural" e outras que tais! Os sítios onde vamos não são só parques nem reservas: são santuários da natureza! São locais onde as horas deixam de contar, onde o empeno se esquece e onde a gente só faz uma coisa: sorri! Sorri como um puto de 5 anos com um brinquedo novo! São trilhos de liberdade pura.

Enfim... terminei a brincadeira há 4 horas... e já tenho saudades.
O físico portou-se muitos furos acima do que eu esperava e ajudou a que o que se perspectivava um empeno monumental daqueles que a gente termina a dizer "tão cedo não me meto noutra" se tivesse transformado num "estou maravilhado"!

Ao staff e aos "criativos": malta, parabéns! Deste vosso suor eu só vou guardar um registo: Épico!

Ao meu camarada: Prof., para 2014 já temos equipa :)

Aos restantes riders: Obrigado pela camaradagem no trilho! Até nisso foi marcante: o espírito geral foi muito bom e tive oportunidade de rever companheiros do Xco da Maia.

Um abraço a todos.

quinta-feira, 4 de abril de 2013

Ó Relvas, ó Relvas... Badajoz à vista, és contrabandista... de canudos!

Só para dar nota:

- Apesar da coincidência, o meu regresso nada quem te ver com a saída do Relvas mesmo que o post anterior tenha referido o dito! Não terá sido a gota de água, mas era já grande o oceano à volta do dito.


http://www.tvi.iol.pt/videos/13838787


Empreendedores da banha!

Voltei, ainda que de raspão, mas voltei! Voltei não para ficar, mas apenas para passar por cá.

Estive razoavelmente ocupado a empreender, a lutar para contrariar o nosso (força de expressão, admito que até seja só meu) Primeiro Ministro: eu não quero sair do meu país e vou tentar aguentar-me por cá até que as forças se aguentem e que a fome não me turve as ideias.

Enquanto eu ando ocupado, pelos lados da governação as notícias dão conta que o Miguel Relvas encontrou um aliado de peso, um outro Miguel, o Miguel do prós e contras, aquele moço que diz que temos que bater punho, que ir não sei bem onde, que viajar a vender pinturas para conhecer o mundo e vir de lá empreendedor, com novos horizontes.

Ó Miguel, quero dizer: "Migueis" (não creio que a palavra exista, mas se disser que é daquelas novas do dito Novo Acordo Ortográfico ninguém ousará dizer-me que não existe, porque em boa verdade já ninguém sabe como se escreve o quê), mas voltando, Ó Migueis, vão-se encher de moscas, os dois!

Aparecer alguém que julga ser guru da criatividade e que a troco de palco apresenta um discurso vazio, cheio de frases feitas, de um cariz motivacional digno de guião do Toy Story... poupem-me! 

Dizer a um jovem que se não consegue ganhar 100 euros por mês para pagar as propinas é sinal que terá muitos problemas no futuro fica bem frente às câmeras de tv... agora, o que esse Miguel não percebe, ou faz de conta que não percebe, é que não está em causa o ganhar 100 euros a vender pipocas, está em causa a relação esforço/benefício. 

Porque provavelmente esse Miguel ignora que 100 euros é o equivalente a uma semana de trabalho de um trabalhador que ganhe o salário mínimo nacional (tomando por base 485 : 4 semanas = 121,25)!

Diz-me lá ó Miguel: Exigirás a um jovem que falte uma semana por mês às aulas para pagar a propina das restantes três? Até te dou de barato um part-time: Achas que é dignificante um part-time 15 dias por mês para pagar 100€ de propinas? Que no limite, trabalhes o mês todo num horário 18h - 20h para ganhar €200,00? Não acharás certamente! Porque tens palco à custa do vazio e não de factos!

Só que o povo, o povo dos pais e filhos deste país que procura emprego, não vive das tuas balelas motivacionais (fraquinhas por sinal)! Inspira-me mais 1 hora e meia do Gladiador do que todas as tuas tretas partilhadas no youtube!

No país real as pessoas vivem com números e com euros ou sem euros.

De conversas lindas... estamos fartos!
Entretanto, vou trabalhar!