Muita tinta tem corrido em torno da distribuição de preservativos nas escolas, correndo mesmo o risco de tornarem esta questão num "segundo referendo do aborto", ou seja, correndo o risco de politizarmos as questões do foro íntimo.
Estando ainda por compreender todo o conteúdo do novo diploma, hoje, algures nas páginas do JN, li o testemunho de 3 jovens, todos eles com uma noção da questão que me surpreendeu. Recordo que um era a favor da abordagem da temática na escola por ter vergonha de falar em casa no assunto, outro ainda defendia que, a serem distribuídos preservativos nas escolas, deveriam ter um preço simbólico, o terceiro testemunho sinceramente já não tenho presente.
Questões de consciência à parte os factos falam por si. Julgo não ser preciso nenhum estudo exaustivo sobre a matéria para percebermos que numa grande parte dos lares nacionais a sexualidade é um tema "tabu". É daquelas coisas que "os putos aprendem na escola" porque é desconfortável para os pais terem "aquela conversa"! Em boa verdade, o acesso à sociedade de informação actual levaria a uma conversa do tipo "Meu filho hoje vamos falar sobre sexualidade... - Ok pai, diz lá o que queres saber!!"
Não podemos pura e simplesmente exigir dos pais que falem de algo que nunca ninguém lhes falou, nem tão pouco assumir que os pais tenham todos a preparação desejada para ter a "tal" conversa. Não o têm e isso é ponto assente. É bom? É mau? É o que temos.
E é com o que temos que devemos aprender a lidar.
Se por uma lado julgo ridículas as badaladas aulas de educação sexual(prefiro pensar em aulas de cidadania que integrem entre outros: formação cívica, empreendedorismo juvenil, prevenção rodoviária, comportamentos de risco e hábitos saudáveis - talvez isto já desse conteúdo para uma disciplina útil), por outro é por demais óbvio que a informação nunca é demais quando se trata de informar para proteger. Se os jovens sabem o básico? Acho que sim! Se o básico basta? Parece-me que não!
Será a distribuição de preservativos a solução? Num gabinete na escola?... tenho as minhas dúvidas! É que com a leviandade com que vejo o tema ser tratado começo a recear que um dia desses estejam a distribuir "drogas leves" de boa qualidade na escola, não vão os jovens andar aí a comprar no "mercado negro" drogas "leves" de má qualidade!
Quanto ao argumento dos que dizem que o distribuição vai aumentar o estímulo... bem... meus amigos... nem tanto fundamentalismo. Por essa ordem de ideias e atendendo à lamentável oferta de "drogas" no seio das comunidades escolares seria de admitir que todos os nossos jovens eram drogados. Ou que pela existência de um sapateiro junto à escola todos vão ser sapateiros... não é fundamento.
As questões do foro íntimo não devem ser generalizadas, correndo o risco de originar confusões e opiniões rudes.
Se sou a favor? Não tenho porque o não ser!
Se tenho reservas? Sim, muitas! Aguardo pelos detalhes da concretização da medida.
concordo no geral, no entanto parece-me que a distribuição vai aumentar o estímulo. quanto n mais seja pra chamada "punheta à rico"! mas estimula. e esse estímulo tem que ser, necessariamente, acompanhado pelas tais aulas de formação sexual e cívica.
ResponderEliminarn digo que todos os jovens (escolares) sejam drogados, mas grande parte é!! ;)