Mais uma semana se inicia hoje(ou terá sido ontem? afinal hoje é "segunda") e não podia deixar de recomendar a habitual leitura de segunda - o artigo de opinião de Mário Crespo no JN (link na direita do blog). Mais um bom artigo deste Senhor do nosso jornalismo.
Para o texto de hoje vinha já "meditando" umas linhas que acabam por ter muito em comum com o pensamento de Mário Crespo: Justiça vs Política.
Na semana passada sucederam-se as notícias que comportavam uma troca de "galhardetes" entre o sector político e o sector judicial da nossa sociedade, questão que chegou ao ponto de uma qualquer cidadão se questionar sobre as résteas da revolução francesa.
Aqui há uns tempos atrás havia quem risse das palavras da Dra. Ferreira Leite, ainda que descontextualizadas, quando interrogava a plateia com um "não seria bom se estivessemos uns 6 meses sem democracia?".
Ora, aquilo a que assistimos a semana passada foi nada mais do que ver esses que antes se riram agora a colocarem em causa o princípio da separação de poderes, como se afinal fosse bom "ESTARMOS 6 MESES SEM SEPARAÇÃO DE PODERES".
No meio de acusações de que há pressões sobre os juízes e de que há juízes a "conspirarem" contra o nosso Primeiro Ministro a questão que se põe é simples: "Em quem acreditamos?".
Não deixa de ser no mínimo intrigante que durante anos o discurso fosse o da tendencial isenção dos juízes, ainda que com falhas como qualquer ser humano, mas acreditamos no bom senso destes membros de um órgão de soberania.
De repente, mudam-se os intervenientes, e querem fazer-nos crer que aqueles que tinhamos por justos são um "bando de judas" que só querem perseguir o nosso Primeiro.
Será que em Portugal, apesar da tão badalada crise na justiça, acreditamos mais nos juízes ou nos políticos? Não será em diversos casos, a crise da justiça, um reflexo das más políticas governativas na área da justiça? Em continuo a preferir confiar nos juízes.
Bem, sempre poderão dizer os defensores do nosso Primeiro que isto é uma "cabala" contra o Zé pelas "guerras" que comprou contra as magistraturas. Mas será coerente pensar assim? Terá lógica? Ou será mera intriga?
Independentemente de arguidos, culpados e inocentes, uma coisa é por demais evidente: O nosso Primeiro tem demasiadas "pontas soltas", diria mesmo "rabos de palha". Assim, começa a ficar bastante difícil acreditar na pia inocência sem ficar com aquela desconfiança de que o povo é sábio quando diz "Não há fumo sem fogo".
No caso do nosso Primeiro, é importante que os gestores de marketing e imagem percebam que já não lhe basta só ser sério (se é que o é), é preciso também parecê-lo, coisa que não se tem verificado. Por muito que seja o "benefício da dúvida" que lhe tentemos dar... começa a ser difícil acreditar que é tudo uma "sucessão de cabalas"... Fica difícil...
Uma coisa é certa: para o cidadão comum apregoa-se que a constituição de arguido é uma garantia, é um direito que lhe assiste como forma de permitir uma melhor defesa dos seus direitos e da sua defesa (ainda que o estigma social seja muitas vezes a imediata condenação), contudo, o nosso Primeiro que se diz "vítima" não assume em qualquer caso a condição de arguido para melhor se defender e colaborar com o esclarecimento da verdade. Ao invés disso, escuda-se em comunicados e ameaças públicas de "vou instaurar processos contra os caluniadores"... ora, quem tanto foge com o "rabo à seringa"... apenas contribui para o estado de degradação da nossa democracia.
Os jovens afastam-se da política? Os políticos são todos iguais? Ainda existe democracia?....
O tempo dirá! Os exemplos não são os melhores... a ver vamos....
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