sábado, 11 de abril de 2009

"blogadela" Pascal



As minhas palavras neste fim de semana pascal, depois de uma semana longa, confundem-se com as palavras do amigo Joe (aqui) após mais uma sexta-feira santa em que a tradição ainda foi o que já era.

Sexta-feira santa, pela terceira vez, eu e o Joe cumprimos mais uma vez aquela que temos vindo a definir como "a nossa tradição de sexta-feira santa". Qual a tradição? Pegar nas bikes e pedalar sem destino ou com destino mas sem caminho, numa clara meta: passear.

O nosso caminho faz-se sempre "caminhando" e a única meta é regressar a casa pelo final do dia.

Ontem não foi excepção. Entre uma primeira hesitação em sair devido à chuva, lá acabei por sair da cama quando o Joe ligou a dizer "eh pah, tá sol" e ouviu do outro lado "deixa-me ir à janela. Ah... pois está... bora lá". E lá fomos.

Pequeno almoço na zona industrial de Neiva e seguida para Viana do Castelo, subida do Monte de Santa Luzia, continuação pelo monte rumo ao parque eólico e descida para a Sra. da Cabeça.
É um percurso digno de visita, longe de tudo, num silêncio que não fossem as subidas e daria para dormir, umas descidas de meia dúzia de Kms "a dar brita" e lá acabamos pelas 3 da tarde parados numa berma a almoçar sandes de queijo com cheiro a frango num cafésito e pão quente que nos surgiu perto de Vila Praia de Âncora.

Vila Praia de Âncora - Viana do Castelo foi a primeira das etapas
de regresso num ritmo digno de atletas rodados :)

E de Viana para a frente tudo mudou e tornou-se ainda melhor.
Na estrada de Darque encontramos um peregrino de Santiago e acompanhamos esse Sr. até Esposende.

De reter do diálogo animado com esse Sr. vindo de Sintra a Santiago e de Santiago rumava a Fátima para depois regressar a casa: "Quantos dias de viagem?" e a resposta "Nem sei. Mas que interessa? O importante é chegar"

Naquele momento tive todas as certezas do mundo de que aquele homem FOI A SANTIAGO.

E se a sexta-feira santa já sabia bem pelo meu passeio com o Joe, fechou-se com chave de ouro ao partilhar palavras com esse peregrino que rumava a Vila do Conde para descansar nos bombeiros.

E nestes dias que são de meditação e libertação muito me apeteceria falar dos caminhos de Santiago, desse sentimento que nos invade a alma, dessa "magia" que é certamente o melhor sentimento do mundo... mas as palavras são frágeis e insignificantes perante tal sentimento...

No fim de contas... que importa o tempo que andamos na vida? a forma como a levamos? o que importa é percorrer o caminho. O tempo? Esse dá-o Deus.

Santa-Páscoa.

Joe, aquele abraço.
Ao nosso Peregrino: Bom-Caminho e que o Apóstolo te leve a casa sem contratempos.




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