quinta-feira, 25 de setembro de 2008

O "Sombra" do Emplastro

Conseguimos!!
Arranjamos um sombra para o famoso "Emplastro".
Após rigorosa delimitação de requisitos a concurso, conseguimos.
O emplastro não saía da frente das câmaras - o nosso Primeiro também não.
O emplastro aparecia sempre a monte sem conteúdo no que dizia - o nosso Primeiro também.
O emplastro chegava a ser ridículo - o nosso Primeiro também.
Correndo o risco de acharem que estes 3 requisitos a concurso são de alguma forma de teor calunioso eu passo a explicar:
- 1.º requisito - basta de "show" Sr. Primeiro, estamos cansados de o ver na tv diariamente em actos de puro "marketing" político.
- 2.º requisito - tanto discurso vazio Sr. Primeiro!! O único a precisar de computador é vossa excelência, talvez para ler as notícias do desemprego em Portugal enquanto vossa excelência distribui computadores pelas escolas. De que serve um computador para um miúdo que chega a casa e não tem onde o pôr à carga? Que vai ao frigorífico e percebe que a "caixa branca" não passa de um armário com ficha pois não há nada lá dentro e também não há dinheiro para pagar a luz, nem a água.... tem noção desse Portugal Sr. Primeiro? Do que passa fome? Sim, nós sabemos que esse não aparece nas suas campanhas... mas... vossa excelência terá noção que cada um dos seus "outdoors" enchia um frigorífico de coisas básicas a muitas famílias portuguesas?
- 3.º requisito - são ridículos os seus sorrisos e as suas ironias. Vossa excelência olha para miúdos sorrindo com um brinquedo novo... alguns de nós... preferem reparar nos olhos tristes de quem não teve culpa de nascer do lado pobre da "rua" e que vive sem um duche quente... sem um duche mesmo... sem comida... dormindo num monte de trapos no chão... e crescem... sem saber o que é um computador... em que talvez o sonho de infância seja "quando for grande quero ter comer".

Estamos em Portugal... não há necessidade de olhar para o "terceiro mundo" e suspirar "coitadinhos". Ninguém precisa do nosso sentimento de pena. 

Precisamos é, todos, de um Governo que governe, não de uma máquina de propaganda política.

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