Nos últimos tempos tenho vindo a reparar na presença constante e massiva dos nossos deputados nas redes sociais, de um modo muito claro no "facebook".
Admito que de início, como quem diz durante e no imediatamente após as eleições legislativas, pensei que era uma tentativa de afirmação do mito da "política de proximidade". Com o passar dos tempos comecei a achar que era antes afirmação de ócio durante as horas de Parlamento.
Se dúvidas tiverem, lanço a sugestão: procurem os nossos senhores deputados pelos nomes e pelas ligações de amigos na rede social e adicionem-os (não se preocupem que eles não vão rejeitar pedido de amizades - gostam muito de estar próximos mesmo não sabendo de quem). Depois, amiúde durante os dias, vão passando uma olhada pela actividade de cada um e façam as contas aos horários (aquela parte que diz "publicado há X horas atrás")! Seja a ser ridículo ver algumas actualizações dos senhores deputados dizendo: "agora está a falar o deputado fulano do partido X, com uma intervenção de teor Y"!! Convenhamos... roça o ridículo!
Senão vejamos: Se um deputado está sentado no parlamento a comentar para a net o que se está a passar, poupe-se então o salário dele enquanto deputado e pague-se o de comentador, ou relatador, e já agora desligue-se o canal do Parlamento, poupando-se aí também.
Caso assim não seja, talvez melhor mesmo seja usar o facebook em pleno, criando um canal no facebook com live-streaming do que se está a passar na AR, para que assim aquela gente possa estar mais inteirada do que se está a decidir na sala onde se encontram em trabalho.
Isto, sob pena de termos que solicitar à senhora Presidente da AR, que contabilize também as intervenções nas redes sociais durante o horário de funcionamento da AR para efeitos de contagem de tempo atribuído aos partidos para intervenções! É que senão está em causa a democracia - porque um partido com 80 deputados tuita garantidamente mais que um que só tenha 10 ou 20! Não é justo.
Melhor mesmo, seria optar pelos procedimentos de muitas empresas e organismos públicos: limite-se o acesso e já agora também o sinal de redes móveis para que o esquema não seja contornado com recurso a tablets e smartphones. E não estaria em causa o contacto com os senhores deputados pois todos eles têm telefone fixo onde podem atender as chamadas.
Para estarmos inteirados da vida na Assembleia podemos sempre assistir on-line à ARtv! A mesma net que abre o facebook também abre o canal do Parlamento. Por isso dispensam-se relatadores pagos como deputados.
Sem querer ser muito "má onda" mas... exigia-se mais, muito mais, de quem deveria sentir brio e orgulho em sentar-se numa cadeira na "casa maior da democracia"! E pondero seriamente não voltar a votar em gente que tenha facebook.
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