domingo, 19 de setembro de 2010

Vergonha Nacional!

Ontem, lia-se no Expresso, com direito a foto de capa, que o aluno com melhor média de entrada no ensino superior tinha, imagine-se lá, 20 valores como nota de entrada!

"Brilhante", foi a primeira coisa que me veio à cabeça!! Continuei a ler e... "não tão brilhante"... concluí!!

A proeza do jovem esposendense, a quem nada pode ser apontado a não ser o facto de ter aproveitado o modelo em vigor, isto porque até o próprio reconhece a injustiça, é fruto das "Novas Oportunidades"!!

Já muito critiquei o modelo e não haveria mais nada a acrescentar não fosse o facto de a notícia do Expresso ter posto ao sol uma clamorosa injustiça e a inequívoca inconstitucionalidade do programa "Novas Oportunidades"!

Um aluno que estuda 3 anos no ensino secundário concorre ao ensino superior com a média dos 3 anos de empenho e dos exames, com especial ponderação para os exames das específicas.
Um aluno das novas oportunidades, obtém em 6 meses uma equivalência ao 12.º ano, sujeita-se aos exames nacionais que muito bem lhe apetecer e depois escolhe um desses exames para ser a sua "nota de candidatura"!!

Digam o que disserem, acredito com toda a minha convicção que este programa é inconstitucional! É inadmissível que um aluno seja sujeito a uma dezena de disciplinas durante 3 anos, com a obrigatoriedade de não ter falhas se não quiser baixar médias, e que outro se sujeite apenas a um exame, no qual pode investir tudo, e ficar com essa como nota de média.

O Sr. dito titular do assunto, alega que o programa também é injusto para os alunos "novas oportunidades" porque estão sujeitos a poder correr mal o exame e assim perderem tudo, ora, o que esse dito entendido omite é que os alunos do dito "secundário normal" também estão sujeito a correr-lhes mal o exame da disciplina específica e verem assim o trabalho de 3 anos pela água abaixo.

Posto isto, sou a favor de um programa de "reconhecimento de competências" que certifique a experiência das pessoas afim de não as excluir do mercado de trabalho por omissão de qualificações, repudio no entanto este programa de "branqueamento de incompetências"!

A situação poderia eventualmente ser contornada com vagas específicas para quem concorre pela via das novas oportunidades, todavia, mesmo nessas vagas especiais seriam injustas para com todos os que suam durante 3 anos e que às vezes se vêem forçados a repetir disciplinas.

O ensino recorrente era garantidamente mais justo!

As "Novas Oportunidades" são apenas o ícone de um país de facilitismo, de estatísticas e de analfabetos com canudo!


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