Alguns de nós levam a sério o slogan "Vá para fora cá dentro" e outros tantos desses que a par do slogan gostam também de pedalar já sentiram a intolerância de alguns "picas" da CP.
Há quem não perceba que para viajar 20kms a gente vai de bike (a CP oferece os regionais para esse biscate) mas para viajar 200 ou 300 kms eu, e como eu muitos, até não nos importavamos de ir de bike. Torna-se cómodo e às vezes é mais económico.
Imagine-se o caso de eu querer ir até Lisboa e lá dar umas voltas para conhecer a capital com a minha bike! Uma opção natural para a viagem até LX podia ser o comboio, digo eu! E digo podia... porque afinal parece que não pode! A CP não é lá muito amiga das bikes e eu, até num regional vindo de Vigo senti essa intolerância quando um Sr. da CP insistia que ía colocar as bikes fora do comboio, isto apesar de virem na zona da carruagem reservada para o efeito, mas que segundo o dito Sr., vinham mais que as que podiam. Na entrada em Vigo ninguém colocou problemas, quando não, passada a fronteira em Valença, chegou um iluminado a insistir que tinhamos que sair. Felizmente, depois de muito latim, lá conseguimos seguir viagem até Viana. E isto num regional.
Já num IC ou Alfa parece que as coisas foram diferentes para os autores deste movimento, e digo para eles porque a última vez que viajei num inter-cidades (Porto-Coimbra) a minha bike ía desmontada como está na imagem e ninguém implicou comigo. Ultrapassado o facto de ser super incómodo colocar aquela carga num comboio por não haver espaço para tal e de toda a gente olhar para nós como se de um sem-abrigo de casa às costas se tratasse, consegui viajar sem problemas de maior.
Agora, diga-se em abono da verdade: quer em Espanha, quer em França, os comboios em que viajei tinham espaço próprio para bikes e tive até a sorte de o povo, percebendo que era um peregrino, me ter ajudado a transportar o material na plataforma de acesso ao comboio.
Num tempo em que tanto se fala de mobilidade e de poluição... é triste que não haja nesta empresa uma aposta clara em soluções para este tipo de passageiros, que bem poderiam aliviar os encargos com os combustíveis se pudessem transportar as suas bikes no comboio (mesmo para as distâncias de 5kms).
E parecendo este post apenas um relato em prol do conforto dos ciclistas, a questão que me ocorre é saber, se eu, que tenho mobilidade dita "normal" me vejo negro para colocar uma bike num comboio, como se conseguirá deslocar alguém com mobilidade condicionada numa cadeira de rodas.
Eu bem sei que os administradores da CP, nas suas séries CLS e 700 e pico, não fazem ideia do que é viajar nos transportes que gerem... mas, não custava nada ler qualquer coisinha a respeito do assundo pois não? Digo eu!
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