sexta-feira, 27 de abril de 2012

Extreme: o balanço!

Para os meus amigos e outros tantos conhecidos, não é novidade nenhuma dizer aqui que o 10.º Encontro Luso-Galaico de BTT tinha este ano um elemento motivacional muito forte: o Extreme.

Se há um ano atrás (feito no passado dia 22) eu chegava a Santiago de Compostela depois de ter peregrinado os 850kms do Caminho Francês de Santiago em Btt, facto que me impediu de participar no 9.º Luso-Galaico, este ano eu andava a ponderar uma ida ao Douro Bike Race quando foi lançado o Luso-Galaico 2012! Os olhos fugiram-me logo para o desafio Extreme! A prova Extreme não era novidade, a novidade era serem dois dias pesados de Btt, capazes de substituir a ida ao DBR, quando a inscrição custava quase 10%. A opção fechou-se logo ali! "Vou ao Extreme"! E a prova da rápida decisão é o n.º do frontal.

Desse dia em diante passaram a constar da agenda os treinos para a prova cujos quase 5000 mt D+ e 200kms impunham respeito.
Intercalados com os treinos de Taekwondo lá fui fazendo o melhor que sabia e podia para preparar esta empreitada e comprovou-se que se há coisa que não sofro é de preguiça pois tornaram-se "sagrados" os treinos de bike às terças, quintas, sábados e domingos.

E passada a ansiedade de um evento que tardava em chegar, lá chegou o Extreme! Depois de conversar com alguns dos "camaradas" destas aventuras chegou a altura de decidir a hora de saída para a aventura, uma vez que era possibilitado aos atletas escolher hora de saída entre as 6h30 e as 8h do dia 21.04.12. Eu optei pelas 8h, o que parecendo sinal de preguiça não o é de todo, já que eram 6h50 quando me levantei, para ter tempo de fazer o meu pequeno almoço à medida do evento, de me equipar e de me deslocar de casa para a partida. Na partida encontrei o já conhecido Prof. João Correia, que acabou por ser o meu companheiro de toda a aventura e cujos relatos aqui são um enorme complemento do que aqui eu possa dizer. 

A véspera da partida teve um briefing que serviu para actualizar contactos de emergência e entrega de sacos que a organização se encarregou de levar para o local de paragem do dia 1 (Caminha)! Para mim, este foi um aspecto negativo: à medida que os participantes íam chegando ía-se atrasando o início da suposta reunião. A ansiedade já de si nos torna impacientes e a falta de pontualidade com que a reunião começou, e não durou mais de 15 minutos... foi o momento ingrato do dia. 1 hora de espera é muito tempo. Haja pontualidade.

Ultrapassado o detalhe.
A partida fez-se debaixo de chuva e depois de uns primeiros metros a perceber se o GPS estava OK, lá engatamos o nosso ritmo para um dia que prometia ser desconfortável e duro.

Com base na descrição apresentada no site do evento eu tinha já uma noção do que nos esperava até Ponte de Lima. A Padela é garantidamente o monte em que me sinto "a jogar em casa", é o local onde inclinação e extensão se integram na perfeição com a minha cadência de pedalar, daí que a entrada na Padela tenha sido a parte mais fácil do dia.
Seguia-se a serra da Nora cujo percurso eu já conhecia à excepção da "parede em calçada" que nos fizeram subir até ao Penedo da Janelinha. O piso escorregadio e a lama começaram a deixar moças, agravadas pelo calor do impermeável e da chuva que teimava em não ir de vez, tudo temperadinho com um ar frio que impedia o abrir muito os casacos. A descida da Nora fez-se ainda com a animação do meu companheiro de viagem que me prendou com um número de circo fabuloso numa descida de lama (sem queda), num local onde também eu tinha andado a fazer umas acrobacias. 

Nora ultrapassada e lanche na barriguinha depois de uma curta paragem que serviu para tirar também a lama dos olhos, isto porque zonas houve em que as lentes dos óculos embaciavam e só sem eles se conseguia andar, lá seguimos para Ponte de Lima. Não sem antes nos perdermos 3 ou 4 vezes por culpa do GPS que para além de não falar ainda tinha tempo de gaguejar... isto como quem diz... às vezes tinhamos problemas de comunicação com aquele aparelhinho pequeno que tem a mania que é fino.

Em Ponte de Lima toca a tirar a barriga da miséria! Lanche reforçado: fruta, pães de leite (ou será de açucar? eu e a pastelaria não ligamos), água, bebidas energéticas... Do que havia nada faltou! E foi mais que suficiente já que todos nós saimos com os bolsos abastecidos de casa pois não se parte para este tipo de aventuras com um bidão de água na bike!

De Ponte de Lima rumamos à Labruja e Cabração! O primeiro empeno do dia!! O sol começou a abrir e colocou-me em dificuldades pois ainda sentia frio para tirar o impermeável mas por outro lado a temperatura do corpo começava a disparar. Um pouco acima lá tirei o impermeável e o ritmo recuperou. E depois foi monte e mais monte, trilhos fabulosos por entre mato e giestas floridas... no fundo, é por locais daqueles que tudo isto vale a pena.

Seguiamos com Caminha como miragem mas quando surgiam setas nas estradas que cruzavamos com a indicação "Caminha" mais o GPS nos dizia que ainda muito faltava! E sucederam-se descidas em jeito de parede e subias em jeito de muros! Penoso!!

Por fim, chegamos a Caminha. Um banhinho morno, um esparguete e carne picada com sopa e gelatina e lá se forrou o estômago, não sem que tenha havido espaço para eu aviar ainda um cachorro no tasco ao lado. O desconsolo do dia! Quando eu esperava um cachorro "Big King XXL" sai-me na rifa um "rissol com salsichas", num pão do tamanho de um bolicao com umas raspas de salsichas!

E depois de meia-horita de cavaqueira animada com o pessoal lá fomos dormir.... temendo o dia seguinte.

Continua...


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