Hoje li uma opinião de alguém que não conheço, mas a quem felicito pela lucidez, sobre a reorganização administrativa! Dizia assim: "a administração local é o primeiro e principal mercado do clientelismo político". Tenho mesmo que concordar! Porque há os que passam os dias a olhar para os Passos dos Catrogas e outros tais... para evitarem olhar para a "porta ao lado".
E realmente... assim bem vistas as coisas... por aí passa também uma parte do problema!
Urge por isso arrumar primeiro o "trem de cozinha" e então depois, de forma mais serena, passar à "régua e esquadro"! E se quanto à extinção de freguesias dizem que não há poupança evidente... já quanto à redução de "trens de cozinha" o corte seria evidente.
Outra coisa que me tem ocupado a curiosidade nos últimos tempos são os passivos dos municípios, que tanta polémica levantaram quando pedidos pelo Governo.
Em boa verdade, creio que seria de inteira justiça que o Governo assumisse os planos de saneamento financeiro dos valores apresentados, pelo menos para ver se isto ganha algumas formas de governabilidade para o futuro. Entendo no entanto que tal devia ser feito com base nos números que os municípios forneceram e sem admitir "correcções" resultantes de ocultações estratégicas (à boa maneira portuguesa). As correcções estratégicas, essas dívidas que pudessem vir a aparecer além das até aqui declaradas deveriam ter valor automático de notícia de crime por gestão danosa da coisa pública. Porque não pode ser admissível que de forma sistemática alguns tenham "lapsos contabilisticos". Se algum autarca não declara a realidade dos seus compromissos só há duas explicações e ambas devem legitimamente conduzir ao olho da rua: ou é incompetência manifesta para gerir ou é intruja.
Este país só sairá de vez da crise quando tivermos a noção real do passivo para de seguida se estudar como será resolvido. Enquanto andarem uns a tapar e outros a abrir buracos... continuaremos na mesma.
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