segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Lição!

Depois de alguns treinos com o Mestre Eduardo Branco, um marinhense que tem lugar na "nata" do Taekwondo mundial, o sábado passado teve um significado especial.

Em dia de exames de kup's, o Mestre Eduardo Branco, terminou com uma mensagem de reparo, motivação e crescimento, para todos os que se encontravam na sala da ARGO, e devo admitir que sendo eu um amante do Taekwondo que igualmente ama o mar, a mensagem final teve muito significado e foi simplesmente "genialmente apanhada".

Dizia o Mestre, de forma muito especial para os mais novos: "Quando vocês para o mar e andam lá a nadar e vos dá uma cãimbra, vocês não desistem e continuam a nadar nem que doa muito, porque senão morrem afogados! Por isso não podem desisitir nunca! Estamos aqui para ser primeiros, não para ser segundos porque o segundo será sempre o primeiro dos últimos, o mais desiludido pois foi o único que esteve perto de ser primeiro"!

Ora, sabendo eu bem o que significa estar no mar e não poder desistir quando lá se está, a mensagem fez todo o sentido. Porque só quem tem motivação para ser primeiro poderá eventualmente ser um segundo de qualidade! Quando as palavras de motivação são correctas, até os pequenos percebem o objectivo, é elementar, nem um miúdo de 11 anos quer ser 2.º se perceber que só depende dele ser o 1.º. Obviamente, não faz parte da filosofia desta arte o "pisar tudo e todos para ser 1.º", ou não fossem princípios "a cortesia, a integridade, a preserverança, o auto-domínio e o espírio indomável".

Em oposição a tudo aquilo que se pode incutir num grupo com um objectivo comum, chegamos ao mundo exterior e deparamos com a nossa Ministra da Educação a viver mais uma "aventura", e a pretender reafirmar a pouca vergonha que vem sendo o nível de exigência implantado neste país com "novas oportunidades", "rvcc's", "maiores de 23" e outras tantas tretas cujo único objectivo e branquear indicadores estatísticos e que em nada enriquecem os seus destinatários.

Não tenho a mania das elites, mas em boa verdade, se em qualquer desporto que se pratique, o atleta de nível olímpico, o que chega ao pódio, o que chega primeiro, é necessariamente o melhor (salvo os casos de uso de substâncias proibidas), porque é que no panorama que qualificações e habilitações a lógica se há-de inverter e o "pódio" ser para qualquer um, mesmo que não vá aos treinos, que nem sequer consiga acabar a "prova" ou que pura e simplesmente não esteja interessado nisso?

Alguém me explica porque é que não se aplica aquele slogan do comité olímpico português que dizia "na vida como no desporto usa a tua energia" e ficamos só pelo "no desporto usa a tua energia e na vida sossega que o governo dá-te um curso"?

Depois vamos de mal a pior, pois está claro que vamos... resta-nos pôr os olhos nos nossos atletas e ver se temos ou não "fibra"!

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