terça-feira, 18 de novembro de 2008

Estado vs Igreja!!


O Estado é laico... a fome é Cristã!!!

Muito ouvimos nós falar acerca da laicidade do Estado, constitucionalmente consagrada, e muito sinceramente até concordo com o princípio não discriminatória assim consagrado no "texto fundamental" da nossa democracia. Aliás, discordo e sempre discordarei do tratamento privilegiado que é dado aos matrimónios católicos quanto ao seu reconhecimento legal quando comparado com ritual semelhante noutras religiões.
Assim sendo, porque me julgo "open mind" o suficiente para, embuído de espírito ecuménico, ser apologista da igualdade de tratamento independentemente de credo, raça, cor ou até mesmo orientação sexual, sou também apologista da máxima "dai a César o que é de César".
Quero eu com isto dizer o quê afinal?
O raciocínio é simples: se o Estado presa ou predador de um texto concordatário concede umas "abébias" pontuais à religião católica (sim... nós sabemos que certas manobras de marketing político passam pelo "Estado laico, graças a Deus"), fá-lo porque quer e bem entende, contudo, em momento algum, o Estado pode assim libertar-se dos seus encargos sociais para delegar nos cristãos a nobre tarefa do exercício do amor ao próximo em busca do paraíso.

O Estado não pode assim delegar na Igreja a função de matar a fome áqueles que, afinal de contas, nem sempre têm cédula de vida cristã mas Bilhete de Identidade têm de certeza!
Será caso para dizermos que "O Estado é leigo, mas a fome é Cristã?"! Haverá alguma responsabilidade moral da Igreja em suprir as deficiências nas políticas sociais da Igreja por "amor ao próximo"? E será que o Estado retribui na medida do possível à Igreja o apoio social que esta dá? O em prol da laicidade o Estado abandona cidadãos e as inúmeras instituições que prestam apoio social? E esses cidadãos que, não raras vezes praguejam contra a Igreja, o Clero e quem quer que faça parte da vida de uma paróquia, não serão os primeiros a, do alto do seu agnosticismo, bater à porta das instituições em busca de auxílio quando o Estado as esquece? 
Eu que pensava que "a fome" não escolhia cor, raça ou credo afinal parece que andava enganado... é que... o amor ao próximo acaba por reconduzir a "cristãos novos" e famintos!!

Não será já tempo de um Estado... e porque não, um Governo, além de tudo, dito socialista... olhar mais para a crescente pobreza nacional e para todas as instituições que, independentemente do credo de quem as visita, se predispõe a, com todas as limitações actuais, suprir os desleixos desse Estado "que tudo vê"?
 

Em suma...
A fome afinal é cristã!! "E esta hein?"

1 comentário:

  1. Concordo!
    Parece incrível que a Igreja tenha ao longo de 20 séculos ser pioneira do ponto de vista da solidariedade social e o estado não reconheça o seu trabalho. Só o complica antes pelo contrário!!!

    abraço companheiro

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