Os últimos tempos foram de stress, correria e sem grande tempo para passar pelo 7folhas. Os pequenos comentários sobre actualidade passaram pela minha página pessoal no facebook ou pelo meu twitter e pouco mais.
Hoje, com mais calma, e garantidamente com menos pressão nas costas depois de ter atingido uma das minhas “metas volantes” na vida, passo por cá para deixar umas linhas sobre a actualidade.
Porque se impõe dada a gravidade da situação, o regresso fica marcado pela juventude pois há uma ideia que me tem ocupado a cabeça por estes dias:
- um trabalhador a recibos verdes que ganhe €1.000,00 tem que entregar ao Estado algo muito próximo de €430,00 entre pagamento por conta e segurança social – quem já trabalhou a recibos verdes saberá que conseguir atingir €1.000,00 não é “pêra doce”!
- nesta lógica, por cada trabalhador a recibos verdes que consiga com o seu suor grangear €1.000,00 por mês o Estado retira-lhe €430,00 para, em jeito paternalista, entregar gentilmente a um qualquer beneficiário de RSI – pago para estar em casa a contribuir para o “share” dos programas da manhã e da tarde da tv nacional.
- assim, quem trabalha ganha €570, dos quais tem que dispor para se deslocar para os locais de trabalho, ao passo que quem fica por casa ganha €400 sem ter grandes canseiras;
- se um jovem do meu país, com dificuldades económicas, se atira à vida, estudando e trabalhando em simultâneo, seja através de um qualquer contrato a termo certo por 6 meses ou de recibos verdes, o Estado vai ser certamente justo com ele, afinal de contas esse jovem está a investir em auto-formação a expensas próprias. Está a qualificar-se com todas as dificuldades inerentes, mas empenhado em fazer parte de um país mais qualificado de verdade e não de meras estatísticas falseadoras do mérito.
- o Estado, justo, pede então a esse jovem que trabalhe para financiar os estudos e na volta não só lhe exige que efectue descontos por conta de IRS e segurança social, como também lhe retira bolsa de estudo porque considera que com €500 euros para pagar propinas, renda, contas e material escolar, o jovem é afinal um pequeno capitalista.
Que Estado é este?
É seguramente um Estado de vergonha! Que paga subsídios de alimentação nas novas oportunidades para qualificações de estatística, mas que mata à fome os estudantes que suam para se qualificarem, mesmo sabendo que no fim o Estado também só tem para eles à espera um impresso para engrossar os números do desemprego.
E depois falam de Pátria, de Orgulho Nacional e outras balelas que tais, como se o amor à terra que nos viu nascer se resumisse a vestir a camisola quando há jogo da Selecção!!