Para os meus amigos e outros tantos conhecidos, não é novidade nenhuma dizer aqui que o 10.º Encontro Luso-Galaico de BTT tinha este ano um elemento motivacional muito forte: o Extreme.

Desse dia em diante passaram a constar da agenda os treinos para a prova cujos quase 5000 mt D+ e 200kms impunham respeito.
Intercalados com os treinos de Taekwondo lá fui fazendo o melhor que sabia e podia para preparar esta empreitada e comprovou-se que se há coisa que não sofro é de preguiça pois tornaram-se "sagrados" os treinos de bike às terças, quintas, sábados e domingos.

A véspera da partida teve um briefing que serviu para actualizar contactos de emergência e entrega de sacos que a organização se encarregou de levar para o local de paragem do dia 1 (Caminha)! Para mim, este foi um aspecto negativo: à medida que os participantes íam chegando ía-se atrasando o início da suposta reunião. A ansiedade já de si nos torna impacientes e a falta de pontualidade com que a reunião começou, e não durou mais de 15 minutos... foi o momento ingrato do dia. 1 hora de espera é muito tempo. Haja pontualidade.
Ultrapassado o detalhe.
A partida fez-se debaixo de chuva e depois de uns primeiros metros a perceber se o GPS estava OK, lá engatamos o nosso ritmo para um dia que prometia ser desconfortável e duro.
Com base na descrição apresentada no site do evento eu tinha já uma noção do que nos esperava até Ponte de Lima. A Padela é garantidamente o monte em que me sinto "a jogar em casa", é o local onde inclinação e extensão se integram na perfeição com a minha cadência de pedalar, daí que a entrada na Padela tenha sido a parte mais fácil do dia.
Nora ultrapassada e lanche na barriguinha depois de uma curta paragem que serviu para tirar também a lama dos olhos, isto porque zonas houve em que as lentes dos óculos embaciavam e só sem eles se conseguia andar, lá seguimos para Ponte de Lima. Não sem antes nos perdermos 3 ou 4 vezes por culpa do GPS que para além de não falar ainda tinha tempo de gaguejar... isto como quem diz... às vezes tinhamos problemas de comunicação com aquele aparelhinho pequeno que tem a mania que é fino.
Em Ponte de Lima toca a tirar a barriga da miséria! Lanche reforçado: fruta, pães de leite (ou será de açucar? eu e a pastelaria não ligamos), água, bebidas energéticas... Do que havia nada faltou! E foi mais que suficiente já que todos nós saimos com os bolsos abastecidos de casa pois não se parte para este tipo de aventuras com um bidão de água na bike!
De Ponte de Lima rumamos à Labruja e Cabração! O primeiro empeno do dia!! O sol começou a abrir e colocou-me em dificuldades pois ainda sentia frio para tirar o impermeável mas por outro lado a temperatura do corpo começava a disparar. Um pouco acima lá tirei o impermeável e o ritmo recuperou. E depois foi monte e mais monte, trilhos fabulosos por entre mato e giestas floridas... no fundo, é por locais daqueles que tudo isto vale a pena.
Seguiamos com Caminha como miragem mas quando surgiam setas nas estradas que cruzavamos com a indicação "Caminha" mais o GPS nos dizia que ainda muito faltava! E sucederam-se descidas em jeito de parede e subias em jeito de muros! Penoso!!
Por fim, chegamos a Caminha. Um banhinho morno, um esparguete e carne picada com sopa e gelatina e lá se forrou o estômago, não sem que tenha havido espaço para eu aviar ainda um cachorro no tasco ao lado. O desconsolo do dia! Quando eu esperava um cachorro "Big King XXL" sai-me na rifa um "rissol com salsichas", num pão do tamanho de um bolicao com umas raspas de salsichas!
E depois de meia-horita de cavaqueira animada com o pessoal lá fomos dormir.... temendo o dia seguinte.
Continua...
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