Eu bem sei que nestas coisas o povo raramente é ouvido e funcionam as máquinas partidárias, a compra de votos e a mobilização a pedido do "chefinho lá da terra", mas a história é demasiado pesada para que o PSD se estupidifique em si mesmo.
Longe vão os tempos que continuam frescos na memória em que Pedro Santana Lopes foi "enforcado" na Praça, não pelo Sr. Sócrates (porque isso seria admitir que alguma vez ele teria sido bom... não sendo de todo este o caso, pois o nosso primeiro foi, é e será o eterno Zero que nunca passou para o lado direito da vírgula), mas sim "enforcado" pelos seus "supostos" pares dentro do PSD.
Se o país está no caminho que está deve-o em grande parte à "fina flor da social democracia", pois foi essa "nata" que desamparou PSL quando o combate exigia a união. Entre outras coisas, Pedro Santana Lopes pagou a factura de um desejo desmedido do Sr. Aníbal em ser Presidente da República e das políticas de "aperto de cinto" da Dra. Ferreira Leite (Sim... essa mesmo que num passado bem recente quisemos "impingir" ao povo - que mais uma vez nos mandou à fava).
Admite-se que um partido com grande responsabilidade se apresente a votos com uma pessoa a quem o povo já havia mostrado cartões amarelos demais? Pois bem! Pedro Santana Lopes caiu quase sozinho mas "caiu de pé"... já o mesmo não se poderá dizer de MFL que levou um vermelho directo com 6 meses de suspensão (só isto justifica o retiro espiritual a que foi entregue a liderança social democrata).
Apesar da derrota, PSL sempre "andou na luta" e é vê-lo agora clamar por El Rei D. Rebelo de Sousa, qual jogador de xadrez dando peão a comer para em seguida fazer "xeque-ao-rei" (obviamente que com Marcelo na liderança do PSD abre-se caminho para as presidenciais a médio prazo - na altura em que regressará Durão Barroso). Fino como sempre, PSL não dá ponto sem nó.
Apesar do retiro espiritual, ou devo dizer "exposição ao abandono" a que foi levado o PSD, houve pelo menos duas pessoas que suportaram a existência do PSD: de um lado Aguiar Branco - mantendo na AR os últimos suspiros de um PSD leproso e constante desintegração; e Pedro Passos Coelho - candidato vencido das últimas directas, que desde bem cedo disse o que queria, de onde vinha e para onde ía.
Condição essencial para ser líder é o QUERER!
Pedro Passos Coelho não precisou de vagas de fundo, criou a sua própria onda, e goste-se ou não, foi ele o autor de meia dúzia de "verylights" que durante os últimos meses mantiveram na mente do povo algo tão básico como "o PSD ainda existe", perante o naufrágio em "slow-motion" em que se encontrava o PSD.
É certo que Pedro Passos Coelho não é caso único de "saneado" politicamente pois são demais os casos em que as lideranças lidam mal com a diferença e não raras vez, embuídas do "Quero, Posso e Mando" tentam por todos os meios e mais alguns "cantar ofícios sem defunto", numa clara evidência de que lidam mal com a crítica e com a dedicação dos outros. Não raras vezes, as lideranças esquecem-se de que quem critica pela frente respeita-as, contribui, ao invés de um sem número de "moços de mão" que pela frente são "solidários" e nas costas ... são piores que Judas, pois esse matou-se perante a infâmia dos seus actos.
Ora, apesar o afastamento de Pedro Passos Coelho das listas das últimas legislativas colocou este "candidatável" numa situação que eu próprio, enquanto apoiante de PPC nas últimas directas, tive curiosidade em assistir.
Pedro Passos Coelho assumiu desde cedo o que queria e "meteu os pés ao caminho". O meu pensamento foi simples "ou este tipo vai demonstrar que tem pulmões para ser líder, ou vai asfixiar a meio".
O tempo veio dar razão àquilo em que eu sempre quis crer.
Ao assumir a diferença Pedro Passos Coelho "deu o corpo às balas" fossem internas ou externas, e ao invés dos que se resguardaram para momentos cirúrgicos, poupando forças, começou o trabalho de ganhar o país antes de pensar ganhar o partido (para os que têm dúvidas de que este deve ser o caminho basta olhar para o resultado humilhante das últimas legislativas - não querendo com isto responsabilizar exclusivamente a Dra. Ferreira Leite pois é por demais óbvio que ela foi o rosto de muitos que não quiseram ir à luta por medo)!
Assim, hoje, é mais que justo que diga que APOIO e VOTO PEDRO PASSOS COELHO.
- Porque filiei-me no PSD por ser um partido de bases;
- Porque os resultados do passados e dos líderes passados já têm história;
- Porque é tempo de mudar, e mudar não é pegar em leituras falaciosas de batalhas bem recentes em que o partido se uniu em torno de um candidato e julgar que os resultados desse esforço são fruto dos "lindos olhos" desse candidato;
- Porque hoje mais que nunca o PSD precisa de levar em conta a idade, pese embora todo o respeito que tenho pelos meus avós, veria com muito maus olhos que algum desses quisesse ser líder do PSD;
- Porque o PSD precisa de sangue novo, mas sangue novo do PSD, pois é de uma disputada interna que se trata;
- Porque o PSD está à 6 meses desaparecido sem túnel que esconda o motivo da suspensão;
- Porque há candidatos de vitórias e candidatos de percurso, há candidatos de "maratona" e candidatos de "corrida de sacos";
Poderia dizer muito mais, mas a "procissão ainda vai no adro".
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