quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Corta e Segue!

Ouvi hoje mais uma notícia sobre os cortes desejados pelo governo: redução do número de vereadores.

Não tenho nem nunca tive qualquer lugar no poder local, por isso estou à vontade para falar com a isenção possível.

Não concordo com a medida. 
Não creio que sejam demais os vereadores, a título de exemplo, na Câmara Municipal de Esposende.
Acredito que são os necessários, ainda que reconheça pouca utilidade aos vereadores sem pelouros - os da oposição.

Se o Governo quer mudanças, pois bem, pode sempre conferir mais poderes às Assembleias Municipais e aprovar os executivos mono-color! Assim sim, talvez se compreenda o corte na vereação! Cortem-se os vereadores da oposição ou os quando não tenham qualquer pelouro. E confiram-se poderes efectivos de fiscalização e de decisão às Assembleias Municipais.

De outro modo... meus amigos: "é conversa para boi dormir"! É sacudir água no capote como se o "cancro" das contas públicas fosse o poder local. Eu cá acredito que não! Diria mais: acabem antes com o poder central, já que bem vistas as coisas: não mandam euros para as obras "cá na província" e também se esquecem muitas vezes de nós. É que se começarem a mexer na casa grande, verão que podem cortar lá muito, entre secretários, assessores e até deputados cuja experiência de vida vai pouco além de gerir a semanada para Sugus (pergunto-me às vezes qual será o valioso contributo para os desígnios da nação que trará alguém cuja experiência de vida é inexistente e só por excesso de presunção se poderá afirmar a mais-valia técnica). E dirão que contra mim falo enquanto jovem! Mas a verdade dos factos é que para concorrer a uma vaga no mercado de trabalho é requerida "experiência comprovada"... e para ser deputado... basta ter os "padrinhos" certos.

E perante isto: vêm agora condenar o poder local? Onde as pessoas dão a cara diariamente e pelo menos vão mostrando alguma obra, por oposição aos "ocupas da capital"? 

Não está certo!

Se o exemplo vem de cima, pois comecem a cortar por lá! Até porque é lá que os telefonemas orientam os saques às contas das nação.

6 comentários:

  1. Amigo, em relação ao efeito da medida no que ao corte da despesa diz respeito, até concordo contigo. Mas no que a utilidade dos vereadores, já discordo!
    Por exemplo, a Câmara de Esposende já funcionou com apenas 3 vereadores, e posso garantir que o trabalho não atrapalhava.... Por isso, acho que uma revisão sobre o numero necessário para o bom funcionamento é fundamental, mas tenho uma certeza, 4 mais o presidente da Camara, é demais!!! E como Esposende, são muitas ás câmara deste país na mesma situação!

    Tozé

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  2. Tó Zé, nessa óptica de cortes, as juntas de freguesia teriam que ser geridas por uma pessoa ou duas também. Não faz sentido querermos menos gente a gerir um concelho que uma freguesia.

    Por isso não concordo com estes cortes cegos, quando é sabido que os negócios ruinosos com concessionários de Scuts, com TGv's e Ota's, com submarinos... entre muitos outros, são feitos em Lisboa e não no poder local.

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  3. A grande diferença entre a camara e a junta é o quadro de funcionários. A camara tem 3 vereadores e 300 funcionarios. As juntas.... algumas tem 1 a 2 funcionarios e são de limpeza, nem administrativos.

    Mas agora fiquei com uma dúvida: qual a duvida (que referes) sobre a utilidade dos vereadores sem pelouro, os da oposição? ie, vereadores sem pelouro do partido do poder tem utilidade?

    Ou posto de outra forma: quantas vezes os vereadores do poder votaram contra uma proposta do presidente camara? ou apresentaram declaração de voto? E quantas perguntas incómodas fizeram?

    Por fim, neste momento a camara local tem 5 politicos a tempo inteiro (4 eleitos + 1 nomeado). Não te parece exagerado?

    NB. nos textos futuros, ao citar os submarinos, ja agora, introduz a divida da Madeira, sendo inteligente não acredito que tenhas uma memoria tão selectiva ;)

    joão pedro lopes

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  4. João Pedro,

    Apenas distingo entre vereadores da oposição com e sem pelouro pois casos há em que temos vereadores da oposição com pelouros, pois facilmente concluirás que me é indiferente o clube: se não tem pelouro não está lá a fazer nada. Saberás tão bem como eu que o trabalho de um vereador não é feito "apenas" (se é que é algum) nas reuniões de Câmara. É no dia a dia com o que lhe chega às mãos. Por isso, as reuniões de Câmara neste formato actual, servem apenas para ir "apresentar" o serviço aos vereadores da oposição e não raras vezes chumbar o que esses apresentem.

    Agora não percebo essa tua estranheza perante o facto de os vereadores não votarem contra as propostas do presidente eleito pelo seu partido. São uma equipa, não? Devem decidir as coisas antes - ou será que não farias o mesmo?

    Indo já à nota final:
    Eu bem sei que "os submarinos" são uma espécie de troféu do CDS - afinal de contas são das poucas lembranças de que "vocês estiveram lá", em todo o caso, quando me refiro aos submarinos refiro-me a um "erro de casting" social democrata, porque afinal de contas era o Primeiro Ministro era "laranja". Não fiques por isso com a sensação de que é uma memória selectiva pois não o é de todo - ainda que compreenda que essa tua lembrança da Madeira é fruto das circunstâncias (é a vossa k7 do momento!!). Mas tudo bem! Inclua-se também a Madeira e a gestão do Dr. Alberto João (não me causa "comichão").

    Quanto aos vereadores da CME,
    não sei se serão mais que os necessários ou não - nunca lá estive e não sei o trabalho que cada um terá. Se foram autorizados a estar lá todos a tempo inteiro parto do princípio que quem autorizou analisou as necessidades.
    Por outro lado, é óbvio que como acima foi dito, a CME já teve menos (os tais do poder com pelouro) e funcionou igualmente bem - seriam esses suficientes? Não o sei. Quem por lá passou poderá dizer melhor que eu.
    Se está relaccionado com diferentes necessidades em diferentes momentos também não o sei - até podia ser que quanto eram menos fizessem mais horas.
    Como disse: não sei!

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  5. João,

    Apenas uma nota quando me refiro aos votos. Refiro-me a votar contra/em contrário ao voto do Presidente quandosão propostas da oposição, ie, que nao foram discutidas antes.

    Segundo me parece nunca oexecutivo viabilizou propostas da oposição ou sequer votou em sentido diferente. Assim sendo, realmente bastava ir um e levar m placa a dizer que tinha 5 votos.

    joao pedro lopes

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  6. JP, isso é uma visão "à la Dr. Jorge Sampaio"!

    Concordas portanto que fazem sentido os executivos monocolores, mais não seja pelo facto de pôr fim a esse tipo de situações. E se vamos pelo "votar contra" X ou Y... acabamos também com a Assembleia Municipal ou tornámo-la monocolor já que devem ser raros os casos em que a maioria aprova o que quer que seja apresentado pelos partidos da oposição.

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