quinta-feira, 26 de maio de 2011

"Chamar os bois pelos nomes"

Aproximam-se as duas semanas finais até às eleições de 5 de Junho e as sondagens escudam-se em margens de erro dignas de fazer de qualquer sondagem uma "não-sondagem", isto porque a continua colagem dos valores das sondagens ao universo da dita "margem de erro" chega a parecer que se tratam de meros palpites de vidente ao jeito "pode ter sorte na vida... ou pode não ter"! Com a precisão das sondagens que por aí andam qualquer vidente ou cartomante fica rica - "vou ler-lhe aqui o futuro de um modo que pode bater certo mas também pode não bater! É como a margem de erro das sondagens"!

Enfim... sondagens valem o que valem e mesmo que digam que têm acertado... eu lembro-me de umas Europeias recentes em que as sondagens... foram, dentro da margem de erro, um bonito palpite de cartomantes.

Eu acredito no que oiço, nas sondagens de ouvido, de quem anda por aí, de quem fala com as pessoas sejam elas conhecidas ou não, seja em conversa de amigos ou apenas socialização de fila de espera num qualquer local.

Perante esta minha sondagem... estou preocupado!

Preocupado porque me enoja a expressão "são todos iguais" e também "os políticos são todos uma cambada de...". A par disto surge sempre um "eu não vou votar! São eles que o ganham, que votem eles e os familiares"!

E nisto assisto a inúmeros "lava mãos", percebo que Pilatos, tantas vezes julgado e incompreendido no texto bíblico... é apenas um português típico! E fico profundamente lixado! Porque afinal de contas, essa geração para a qual eu olho com admiração - sim porque se hoje a geração de filhos da minha idade tem tudo ou quase tudo é graças a uma geração de pais que lutou por sair de uma geração de avós que com muito custo conseguia matar-lhes a fome - é uma geração de trabalho mas que na hora se escolher líderes... se julga agora legitimada a ser uma espécie de discípulo de Pilatos.

Vamos lá ser sinceros! Se a minha geração tem muito... aos pais o deve... mas se tem uma classe política indesejada ... aos pais o deve também! Porque a "geração rasca" ainda não chegou ao governo! Os que por lá andam, alguns com caruncho nas nalgas, são da geração dos 40 e muitos e 50 e tais! Por isso, parem de "cuspir" para o lado, porque se isto está neste ponto é responsabilidade vossa e não nossa! Parem de achar que é "cool" dizer "não vou votar" e "são todos iguais" porque isso não resolve os problemas do país. A escolha pelo voto pode vir a ser uma desilusão? Pois bem... que o seja! Mas pior é nada fazer.

Desenganem-se também aqueles que julgam que o voto de protesto vai resolver o problema actual do país - não é nada inteligente protestar de barriga vazia! E neste momento, um devaneio em dia de voto era o fim das contas públicas e do pouco que ainda resta para recuperar neste país.

Em suma: deixem-se de politiquices de café! Deixem-se de frases feitas na esquina e Votem! 

Além disso... o discurso de que nenhum político convence também é gasto e foleiro! Bem sei que os partidos políticos são máquinas de triturar "cidadãos normais"... mas vejamos... se o Zé Manuel Coelho, um verdadeiro palhaço, teve os votos que teve, como é que cidadãos credíveis, diferentes dos actuais políticos, não poderão também ter palco e fazer a diferença? Ou será porventura que esses que tanto se vendem melhores que os outros são afinal verdadeiros "sacos de presunção", muito seguros de si, mas em quem ninguém confiaria? Será que têm é medo de ser esmagados pelo próprio ego? É que os que por aí andam até podem ser maus... mas alguém votou neles... e em verdade seja dita: a nossa classe política é apenas um fiel retrato da sociedade que temos.

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