Não sei se é do tempo ou das tecnologias, a verdade é que ando um pouco perdido com esta história das portagens!
O Governo anuncia que o pagamento das Scuts será com aparelho análogo à via verde, com a própria via verde, ou com cartão pré-comprado para afixar no vidro. O mesmo Governo quer introduzir chips nas matrículas para pagamento das scuts!!
Este desespero na busca de soluções para cobrança de algo que deveria ser incobrável faz-me pensar: o chip é para carros sem pára-brisas, motos e bicicletas? E se o Governo vai "oferecer" os aparelhos para os vidros, eu que já tenho via-verde vou ter desconto? E vai oferecer também as matrículas novas com chip?
Não seria melhor tratarem-nos mesmo como os cães e "chiparem-nos" à nascença? Assim associavam o nosso cartão do cidadão a um chip gentilmente colocado na orelha e sempre que passassemos nas portagens era "débito directo"! Facilitava-se assim a escolha de viatura: independentemente do proprietário da viatura quem pagava portagem era o condutor!
Ora, esta coisa dos chips, bem visto dará certamente uma Nova Oportunidade de negócio. A correr bem, dentro de umas semanas, teremos numa qualquer boa loja de pirataria o novos chips: Chip ZP34 - pagamentos em portagens, scuts, aviso de radares, desbloqueia sporttv e tvcabo e ainda dá para sintonizar no rádio 3 canais de tv romena por cabo e a Al-jazeera! Até me estou a imaginar entrar numa concentração tunning, com o meu Corolla perfeitamente normal, o povo todo a olhar de canto, e eu soltar um confiante "Que foi? Tá chipado por isso também posso vir"! Começa-me a agradar a ideia! Até podem associar programa de pontos do tipo "500 euros em portagens dão desconto de 0,05€ na Galp ou uma viagem a Fátima a pé". Isto das novas tecnologias tem muitas vantagens e não parece! Vejam lá que até poderíamos pedir que as facturas detalhadas dos carros de Estado fosse públicas: partindo do princípio que as deslocações nestas viaturas são no exercício de funções públicas, sempre poderíamos ter noção da difícil vida dos nossos governantes - isto porque essas deslocações são públicas, não há qualquer violação de privacidade.
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