quarta-feira, 30 de maio de 2012

"Aqui há Fantasmas"!

O título deste breve comentário ocorreu-me da lembrança dessa fabulosa peça de teatro da autoria de Vasco Santana e não podia vir mais a propósito.

Conforme aqui dei nota há uns tempos, no passado fim de semana houve eleições na concelhia do PSD Esposende. 

Por motivos mais óbvios para uns e menos óbvios para outros não votei e não votarei enquanto os actos eleitorais não forem disputados por mais que uma lista(assim não dá gozo). Nem sequer me dei ao trabalho de pagar quotas! Talvez um dia destes as pague, sem que tal seja conotado com ânsia de ir votar, isto se antes disso não for "desfiliado administrativamente" por quotas em atraso. Se for, em boa verdade, tanto me faz. É para o lado que durmo melhor! As minhas convicções políticas não se esgotam no cartão, nem mudarão por imposições estatutárias ou de lideranças. Obviamente, se um belo dia a essência do PSD mudar, repensarei as minhas ligações.

O que me intriga, e porque se ouvem muitas coisas nesta alturas em que "lista única" aparenta união... é algo tão simples como: o distinto militante que se desfiliou do PSD no ano passado ainda é ou não militante? 

É que "por aí" eu ouvi que ainda o era! Assim sendo... importava que o PSD Esposende tivesse, no mínimo, expressado um voto de confiança! Digo isto porque quando o militante em questão se "desfiliou" (ou pelo menos transmitiu tal desejo ao Partido - independentemente de ter sido ou não aceite na estrutura nacional) a CPS "assobiou para o lado", não tendo manifestado qualquer posição, facto que é de todo inadmissível: 1.º porque se era o interesse de Esposende que estava em causa, a CPS tinha a obrigação de apoiar o autarca (remeteria para a exposição dos motivos para o blog do autor dos mesmos mas encontra-se encerrado); 2.º porque se era o autarca que estava errado importava à CPS indicar também a porta de saída da "casa grande" já que quem ganhou as eleições foi o Partido e não a pessoa!

Na altura, ninguém se pronunciou! A ser verdade que a nacional não terá aceite o pedido, era no mínimo desejável que essa CPS tivesse manifestado o apoio... sob pena de se criar o estatuto do militante fantasma: aquele que não se vendo ensombra por aí! Afinal de contas... será sempre um independente a liderar uma "equipa partidária"! 

Facto que me leva a cogitar dois cenários: ou o n.º 1 não quer estar de saída; ou o n.º 2 não está ainda apto à entrada!!

Se eu tivesse "voto na matéria", (e como o disse na altura), teria apoiado a pessoa em causa no interesse de Esposende quer na saída, quer na continuidade. Seria um acto político é certo, um "cartão amarelo" a Lisboa... mas não seria "assobiar para o lado"! Esta política assim morna... não tem piada! Depois está claro, bate tudo no Relvas!

O Adamastor!

A propósito da publicação da Lei n.º 22/2012, também conhecida por "Regime jurídico da reorganização administrativa territorial autárquica" e na pele de "outsider", enquanto mero cidadão eleitor que não tem responsabilidades autárquicas que vão para além do exercício consciente do direito de voto (e como tal não se encontra condicionado pelo "eu amo muito a minha terra e o Relvas é um bicho mau"), apetece-me dizer a este respeito:

- art.º 9.º do supra referido diploma: "1 - A freguesia criada por efeito da agregação tem a faculdade de incluir na respectiva denominação a expressão "União das Freguesias", seguida das denominações de todas as freguesias anteriores que nela se agregam"

Perante isto, mate-se o Adamastor!! Eu não vou deixar de ser das Marinhas só porque Marinhas passa a integrar uma união de freguesias! Entenda-se: a freguesia que vai ser unida é a "Freguesia" enquanto pessoa colectiva territorial (ver. art.º 235.º, e 244.º a 248.º da CRP)! Trata-se tão só de unir várias freguesias enquanto território sob a tutela de dois órgãos: uma junta de freguesia e uma assembleia de freguesia! 

Ninguém vai "roubar" o nome da terra a ninguém! Ou será que o simples facto de uma freguesia (território) deixar de ter a sua Junta de Freguesia própria e passar a ter uma que englobe mais duas ou três freguesias (território) cria algum problema? 

É que se assim for, meus amigos, acabemos também com as assembleias municipais, isto porque no caso de Esposende a AM é representativa de 15 freguesias. Se eu não me sentir representado numa assembleia de freguesia que envolva representantes de 3 freguesias como posso sentir-me representado numa assembleia que fale por 15?

O mesmo se diga em relação às Câmaras Municipais! Se eu duvidar que um Presidente de Junta seja capaz de olhar por 3 freguesias como poderei compreender que um Presidente de Câmara olhe por 15?

E como se convence alguém de que uma Junta é algo imprescindível para 1000 habitantes quando há Juntas de Freguesia actuais com muito mais população que alguns concelhos deste país?

Começo a achar que por detrás de tarefas cuja remuneração as equipara a "gratuito" há afinal egos que precisam de ser massajados a qualquer preço.

O mundo evoluiu, os 10kms que há 50 anos eram duas horas a pé, agora são 10 minutos de carro, a internet está por todo lado (dito pelo Sócrates) mas afinal de contas deparamo-nos com a contradição de  ter autarcas que de manhã dizem "estamos próximos do centro", "melhoramos as ruas", e à tarde dizem "a minha terrinha está longe de tudo e eu faço aqui muita falta"! (Mais não fosse, são um verdadeiro atentado à profissão dos taxistas, que antes faziam uns serviços de ir buscar e levar o povo à terrinha e agora perderam isso só por "o Presidente da Junta de lá tem a mania que faz tudo"! Mundo insjusto!)

E depois vejamos, algumas Juntas defendem-se dizendo:
- prestamos apoio social (deveria ser competência da Segurança Social);
- temos apoio escolar (e a escola ensina a jogar às cartas?);
- temos biblioteca e internet (50 livros fazem uma biblioteca e a internet continua a ser bandeira como se de um país de 3.º mundo se falasse);
- passamos atestados (os de residência!);
- gerimos os cemitérios (nada que não pudesse ser afecto aos serviços de limpeza municipais que já dão bem conta do serviço por todo o concelho. Não eram os cemitérios que iriam atrasar o trabalho);
.... (vale a pena continuar??)

E muitos mais serviços desta natureza, perfeitamente suportados por uma entidade multi-localidades, e que em boa verdade, limitando-se aos serviços que deveriam ser prestados efectivamente por uma Junta de Freguesia, ainda ficaria com muito tempo livre! O mal disto é que criou-se a ideia de que a Junta de Freguesia é aquela coisa do "faz tudo" que a propósito da fidelização do voto "vai a todas"! 

Em suma: eu vou continuar a ser das Marinhas enquanto localidade, independentemente de onde se situe o órgão de gestão desta. "UF - união de freguesias" parece-me um "prefixo" enorme, mas aceita-se! Sobretudo para lembrar aos náufragos que a sua "terrinha" continuará a existir!

Quanto ao resto, começo a ficar com medo de votar nas autárquicas para a Assembleia e Câmara Municipal - afinal de contas parece que aquele discurso de "um concelho", "unidos"... é tudo conversa fiada e tudo que ultrapasse "uma localidade = uma Freguesia (Junta + Assembleia)" é coisa impossível e não há gente com competência para tal. Acho que em prol do "não votar em incompetentes," e para não exigir das pessoas coisas humanamente impossíveis, se calhar começo a abster-me de votar nessas.

quinta-feira, 24 de maio de 2012

Alerta "amarelo"!

O post de hoje é um lamento em jeito de alerta... 

Fico triste ao ver que o Caminho Português, em 40kms do Porto a Esposende/Barcelos/Braga... já leva mais desvios do que provavelmente todo o Francês...

Mais triste fico ao ver que Esposende está a "entrar na moda":
- é marcação por Fonte-Boa --> Gemeses --> Bouro...
- é marcação por Fonte-Boa --> Fão --> Esposende...
- é marcação por Apúlia --> Fão...

É... um nojo!!!

Acreditar que ao longo da história várias foram as rotas ao longo dos tempos, cada o teu tempo de auge, é legítimo! Os ciclos mercantis mudavam, os locais de devoção em passagem também. Agora, querer reactivar todos esses caminhos ao mesmo tempo é no mínimo descabido, e dizer descabido é estar a ser muito comedido nas palavras!

E de repente, qualquer carreiro que venha em direcção à ponte de Fão é um Caminho de Santiago! A este ritmo, a rede de Caminhos de Santiago no concelho de Esposende superará a rede da STCP no Porto em menos de 2 anos!

Eu não quero ser mal entendido, quero apenas lançar o repto, para que nem todos aqueles que têm um alpendre na frente de uma capelinha na terra se lembrem de marcar umas setas amarelas e olhar para norte para ver onde vão marcar a seguinte! Os Carreirinhos de Santiago... não têm muito sentido! Digo eu que continuo a olhar para o quanto foi feito em Rates pelo Caminho, sem que tivesse entrado na moda. Agora... parece que virou moda: o turismo low-cost!

É triste!

ps: eu não faço por ser mal entendido, mas se me quiserem entender mal, dou já nota de que me estou "a borrifar"! Não sou nenhum "templário" nem "guardião do Caminho"! Gosto apenas de ser peregrino e como tal sinto-me legitimado a defender "o meu tesouro" com as armas que tenho!

terça-feira, 15 de maio de 2012

O Regresso!

O título de hoje, para quebrar esta a ausência, é pura e simplesmente "o regresso". E é um regresso como quem diz "estou em pulgas"! Depois de impedido por motivos profissionais de participar nas duas primeiras jornadas desta liga, o próximo sábado, para o bem e para o mal (este é um evento pautado pelo desportivismo e amizade sem a "violência" competitiva de outros eventos) vai significar o regresso aos combates... e já lá vão 6 anos desde o Campeonato Nacional de Combates de 2006... o último combate à séria em que participei... e que recordo com o maior "amargo de boca possível", porque perdi-o para o Campeão Nacional desse ano, solenemente "gamado"! E destes 6 anos, 4 deles foram parado, sem hipótese de treinar... e garanto, que depois de 4 anos parado, só se regressa a algo de que se goste mesmo muito.

Hoje, o ritmo de treino é de 3 treinos por semana, em 2006 eram 6. Hoje, são de 1h30... em 2006 eram 3h diárias, 6 dias por semana. O facto relevante: a evolução da modalidade e do nível em Portugal é digno de registo! Hoje seria impossível fazer "boa figura" num nacional - iria lá levar um bonito arraial de pontapés :) 

Para matar o "bichinho" da saudade, sábado vai ser aqui:


Uma nota: arrisco dizer que Esposende terá nos próximos anos motivos de orgulho nesta modalidade. O trabalho desenvolvido pelo Mestre Neto no Taekwondo Clube Esposende começa a mostrar frutos e os "pequenos" começam a mostrar um domínio que motiva quem com eles treina, para contribuir para fazer deles melhores praticantes e melhores atletas.

E porque de Taekwondo falo hoje... deixo aqui nota daquilo que para mim é o ponto mais importante:

"O Juramento"

  1. "Nós como membros treinamos os nossos Espíritos e Corpos de acordo com as Regras prescritas,
  2. Nós como Praticantes estamos unidos numa amizade mútua,
  3. Nós como Praticantes cumpriremos os Regulamentos e obedeceremos aos instrutores e aos mais graduados."